domingo, 29 de abril de 2012

Minhas saudades têm as cores de todos os desejos do mundo. Falam de todos aqueles que partiram, que ficaram e até mesmo, os que ainda nem chegaram.
Minhas saudades são cheias de emoção, às vezes, até mesmo, são invasivas, impertinentes... às vezes, são só saudades... Falam de outros mundos, de outros lugares, de outras pessoas... Controvertidamente são, também saudades preguiçosas... lânguidas... se aconchegando nos contornos mais íntimos da forma, da textura, do gosto e da sensualidade...
Minhas saudades são consensuais... banais, triviais... são saudades nostálgicas e melancólicas... Ainda assim, são saudades. Minhas saudades falam de cartas ainda não escritas, não recebidas, não enviadas e tampouco endereçadas.
Minhas saudades são em carne viva, em pedra, esculpidas em unhas e com unhas, Minhas saudades estão tatuadas na pele que habito: Elas tem nomes, marcas, escaras, cicatrizes, relevos e itinerários.
Muitas vezes, essas saudades decidem acontecer todas ao mesmo tempo. Nesse momento, sou invadido por todas elas. Me afogo, engasgo e engulo. Estou farto, saciado -Um verdadeiro glutão saudoso. No meu rosto, um sorriso de multidões - à mesa, comigo, novas saudades se acomodam e me convidam para o prato principal.